depoimentos

Ion Muniz

"Ele não foi a Nova York para estudar, Nico já era um baixista do primeiro escalão quando chegou lá, não me lembro do ano, mas creio que foi antes de 1981.

Ele não tocou com o Salvador; isso eu posso falar com toda a certeza, uma vez que eu era o saxofonista de seu quarteto. O baixista era o Dennis Irwing, que havia recentemente saido dos "Jazz Messengers". A bem da verdade, nem lembro se o Dennis saiu dos messengers ou se o Art faleceu. O baterista do Salvador era o Duduka da Fonseca. O que eu lembro, e bem, é que era um baita de um quarteto. Eu havia entrado substituindo o Justo Almario, que  veio a crer no Senhor Jesus, e mudou-se para L.A., onde acabou formando, junto com o Alex Acuña e mais dois músicos cujo nome não me recordo*, o conjunto "Koinonia" (comunhão em grego).

Em menos de um mês Nico estava realmente tocando com os gigantes do jazz. Eu lembro que o John Hicks passou a chamar o Nico para todas as suas "gigs". Eu e Nico tocamos juntos no conjunto do Dom Um Romão; o pianista era o Larry, e se lembro bem, o Chris Albert no trompete.

Além de um grande contrabaixista, Nico tinha um talento pra mexer com computadores Apple Macintosh.

Seu falecimento precoce me deixou aturdido. Não compareci a seu funeral, pois não sabia de sua morte, mas pude comparecer à missa do 7º dia, naquela Igreja da Praça Nossa Senhora da Paz.

Como era de se esperar, parecia que todos os músicos do munda estavam lá.

Nico foi um bom amigo e companheiro de gigs em Nova York.

E ele faz falta."

Ion Muniz
19/06/1948 - †30/08/2009

 

Nota da Redação

Esse depoimento foi dado por Ion Muniz e deixado no Orkut na comunidade do Nico Assumpção. Em razão do seu falecimento, optamos por publicar do jeito que ele escreveu na comunidade.

* O Koinonia a que se refere é: Justo Almario (Saxofone), John Phillips (Flauta), Alex Acuña  (Percursão), Abraham Laboriel (Baixo), Bill Maxwell (Bateria), Harlan Rogers (Teclados), Hadley Hockensmith e Dean Parks (Guitarra).